Três cochilos

Numa época em que deveria estar na guerra, um rei sesteava (tirava aqueele cochilo da tarde) em seu palácio. Seu nome era Davi, e quando acordou viu uma mulher muito bonita no banho. Desejou tê-la, e de fato conseguiu, mas depois para encobrir seu adultério mandou matar o marido dela, pois resultou numa gravidez indesejada.

Outro cara ouviu de Deus que deveria ir a uma cidade avisar àquele povo que em breve seriam destruídos devido às suas muitas maldades. Mas não achou que a ordem fosse tão séria, e ao invés de ir para a direita, foi para a esquerda. Na sua viagem de navio, houve grande tempestade no mar, mas enquanto isso ele dormia um sono tão pesado no porão que nem percebeu que o navio estava de despedaçando. Esse era o profeta Jonas.

Quando Jesus passava um dos seus maiores perrengues, uma luta em oração entre a vontade do Pai e a vontade dele no Jardim do Getsêmani, horas antes de sua morte, seus companheiros dormiam. O que Ele mais precisava naquela hora eram o apoio dos amigos ou a companhia deles nas orações. Mas eles não agüentaram porque a sua necessidade era mais importante do que a de seu amigo Jesus. Afinal, eles estavam cansados demais para isso! Ahhh se eles soubessem que essa seria sua última noite ao lado do amado mestre...

 Três narrativas, uma semelhança que me chama atenção: as pessoas dormiam enquanto deveriam estar em outro lugar. Acho que é próprio de nós, humanos, às vezes dormir para tentar esquecer os problemas, pois ficamos desligados da realidade naquele período. Surgem até realidades melhores nos sonhos. E quando se acorda, há esperança de que o medo e a dor tenham sumido. Mas não funciona bem assim... Quem nunca fez isso, hein?

Três narrativas, três “dormidas” inapropriadas, inconvenientes. Se possível, pense depois um pouco em cada uma delas separadamente, e faça suas observações. Apliquemos suas lições no nosso dia-a-dia porque talvez estejamos dormindo fisicamente ou espiritualmente demais, além do limite aceitável (fisicamente falando). Deus gostaria que empregássemos esse tempo da melhor forma possível, e estar em contato com Ele é o caminho. 

O navio pode estar despedaçando e nós não percebendo. Ao invés de trabalhar, o tempo ocioso nos conduz a um erro. Essa pode ser a última vez ao lado de um amigo, e já passou. Ele precisa de nosso apoio, mas estamos cansados demais... Acorda! Acordemos uns aos outros! Certas oportunidades não surgem duas vezes...